Homenagem ao Prof. Gunter Kohlsdorf  

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“Não quero choro nem vela”. Gunter Kohlsdorf Spiller poderia ter dito essas palavras antes de nos deixar, à noitinha do 26 de julho de 2023. Foi um amigo-irmão e companheiro de lutas desde que chegaram em Brasília nos anos 1970 – ele e sua esposa, Malaine (Maria Elaine). Rigoroso mais consigo próprio que com os outros, seu jeito turrão escondia na verdade um coração de manteiga. Nos anos 1980 nos aproximamos ainda mais, ao formularmos, junto com outros colegas – Benamy Turkienicz, Márcio Villas Boas, Mario Júlio Kruger – os princípios científico-pedagógicos que norteariam o arcabouço teórico-metodológico do grupo de pesquisa Dimensões Morfológicas do Processo de Urbanização.  O Gunter cientista nos deixa o legado do esforço hercúleo materializado no livro-tratado Ensaio sobre o desempenho morfológico dos lugares, que assina com Malaine; o Gunter professor nos deixa a estrutura pedagógica dos cursos de arquitetura do Centro Universitário UNIEURO e do IESPLAN; o Gunter ético nos deixa princípios de solidariedade e inclusão social que iluminaram sua atuação onde quer que estivesse – na sala de aula, em atividades administrativas, nos trabalhos de planejamento e projeto, nos árduos desafios da pesquisa, nos compromissos com a extensão universitária; com o Gunter amigo-irmão compartilhamos comidinhas gostosas – era um grande gourmet – conversas acaloradas sobre as direções de nossas vidas, a paixão pela música (adorava óperas!)... Ao informar de seu falecimento, sua filha Nara nos disse: “não faremos velório (vcs conhecem meu pai e sabem que ele odiaria), e sugerimos que quem quiser se despedir, escolha uma bela e solidária ação como plantar árvore ou distribuir algo a necessitados e dedique a ele. Obrigada por participarem da nossa vida!” Assim o faremos. Sua memória sobreviverá nas nossas.

 

Texto: Prof. Frederico de Holanda.